domingo, 4 de novembro de 2012

Treinamento de Força X Emagrecimento


Muito se discute sobre o efeito do treinamento de força sobre o emagrecimento, se este tipo de treino faz ou não diferença, especialmente quando se trata da obesidade, pois são exercícios que produzem certo impacto sobre as articulações, o que poderia ser prejudicial para pessoas obesas. Mas a questão é: pode um treino de força promover emagrecimento? Quais são os benefícios dos exercícios de força sobre o organismo?


De acordo com Winett e Carpinelli (2001), o treinamento de força é um método que envolve uma ação voluntária da musculatura esquelética contra uma resistência externa, que pode ser o próprio corpo, pesos livres ou mesmo máquinas. Este método vem sendo amplamente estudado, pois já é comprovado que promove melhoras em diversos tipos de patologias.

Os exercícios com sobrecarga desafiam o corpo à produção de força. Em uma  sessão de treino este fato se traduz em um protocolo de trabalho altamente específico, baseando-se na seleção de variáveis agudas do programa de exercício. Neste aspecto, as fibras musculares serão recrutadas com objetivos único de alcançar a força necessária para a realização de um levantamento de peso ou para a execução de qualquer exercício de força. Assim, outros sistemas do organismo serão acionados para a sustentação das demandas agudas daquele treino específico, bem como os processos de recuperação que ocorrem após o exercício ter sido realizado.

Ocorrem alterações fisiológicas agudas e crônicas com o exercício. A resposta aguda ao exercício usualmente resulta em mudança imediata na variável examinada (p.ex., aumento da frequência cardíaca), enquanto a mudança crônica está relacionada à resposta do organismo ao repetido estímulo de exercício a que o corpo é exposto durante o treinamento (Fleck, Kraemer, 2006). Além disso, produzem mudanças na composição corporal, no desempenho motor, na força muscular e também na estética corporal, e por estes motivos, torna-se um componente altamente importante nos programas de treinamento, na qual a capacidade física treinada é a força muscular.

Os principais fatores que os levam a contribuir com a redução do peso são: a manutenção da taxa metabólica de repouso, através da manutenção da massa muscular e o aumento no consumo de energia pós-exercício (EPOC, excess postexercise consumption). Após o exercício, o consumo de oxigênio permanece acima dos níveis de repouso por um determinado período de tempo, denotando maior gasto energético durante este período (MEIRELLES; GOMES, 2004), acarretando em um aumento no gasto calórico diário, porém, as pesquisas sobre o assunto são muito contraditórias (GUEDES JR., 2003).

A principal crítica quanto à sua contribuição no emagrecimento, parece ser o baixo gasto calórico de uma sessão de treinamento. Porém estudar o gasto energético da atividade de força não é tarefa simples, pois existem inúmeras possibilidades de combinações de exercícios, número de séries, intervalo de recuperação, número de repetições, velocidade de execução e carga, além de que, características individuais podem  interferir, tais como: raça, gênero, idade, composição corporal e nível de aptidão física.

Ocorre diminuição no percentual de gordura corporal, favorecendo um emagrecimento seguro e saudável. Torna-se evidente que o desenvolvimento e o subsequente controle da obesidade não se expressam de forma isolada, decorrentes de um único fator. Dessa forma, torna-se clara a necessidade de iniciar o seu tratamento após a identificação destes componentes, para que o provável efeito benéfico de uma ou mais tentativas de intervenção possa resultar em melhoria de vida do obeso.

Referências

FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GUEDES JR., D. P. Musculação: estética e saúde feminina. São Paulo: Phorte, 2003.

MEIRELLES, C. de M.; GOMES, P. S. C. Efeitos agudos da atividade contraresistência sobre o gasto energético: revisando o impacto das principais variáveis. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 2, p. 122-130, 2004.

WINETT, R. A.; CARPINELLI, Ed. D. Potential health-related benefits of resistance training. Preventive Medicine, v. 33, p. 503-513, 2001.


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