segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Exercício físico e o Câncer – parte 2


Por: Karina Torres

  Há a indicação, em muitos estudos, de que a continuidade das atividades durante o tratamento contribui para o bem estar do paciente, além de auxiliar na redução dos efeitos colaterais da terapia e na reabilitação em alguns casos após intervenção cirúrgica (PRADO, 2001).

  A fadiga constatada nos pacientes com câncer pode ser de caráter crônico. Este estado de extremo cansaço contribui para uma constante perda de desempenho, resultando numa qualidade de vida baixa, antes, durante e após o tratamento (DIMEO et al. 2003).


  A atividade física tem se mostrado uma importante ferramenta no controle da fadiga com atuação direta no bem estar, e na qualidade de vida do paciente. Os exercícios contribuem tanto para a manutenção da força muscular, quanto para uma mínima redução desta principalmente em indivíduos hospitalizados. Ainda, há a sugestão de que a atividade física possa manter e até aumentar os níveis de energia, contribuir numa rotina diária – otimizando períodos de sono e descanso – e aumentar os momentos de lazer (PRADO, 2001; MOTA; PIMENTA, 2002).

  Estudos mostraram resultados positivos de exercícios aeróbicos em relação à redução da fadiga, prevalecendo de modo geral atividades leves. A realização dos exercícios sugere uma melhora no apetite, na auto-estima e na autopercepção, bem como influencia a rotina diária.

  A atividade física mostra-se preventiva ao câncer por ativar mecanismos biológicos atuantes no sistema imunológico, através do aumento de enzimas atuantes nos radicais livres e células “natural-killer”, as quais podem inibir a formação do tumor. Da mesma forma, ao iniciar, e durante todo o processo do tratamento o exercício contribui para um bom funcionamento dessas capacidades, ou seja, ativando o sistema imunológico de modo que o organismo torne-se menos vulnerável a outras doenças, o que certamente traria complicações a seu quadro CLÍNICO (MOTA E PIMENTA, 2002; BACURAU E COSTA ROSA, 1997; PRADO, 2001).

  Além disso, ao se elevar o gasto energético através dos exercícios o organismo passa a ter uma exigência maior de substratos, competindo com o tumor. Por conseqüência o tecido doente teria maior dificuldade de crescimento (BACURAU; ROSA, 1997). Deve-se ressaltar a importância do suporte de profissionais, sendo o ideal o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, pois quando inadequado o exercício físico deixa de ser benéfico podendo oferecer enorme risco ao doente (MOTA; PIMENTA, 2002; FRIEDENREICH; ORENSTEIN, 2002).


Foto : Copyright: Prefeitura de Olinda / Licença: CC-BY 2.0

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