Por: Karina Torres
Há a indicação, em muitos estudos, de que a continuidade das
atividades durante o tratamento contribui para o bem estar do paciente,
além de auxiliar na redução dos efeitos colaterais da terapia e na
reabilitação em alguns casos após intervenção cirúrgica (PRADO, 2001).
A fadiga constatada nos pacientes com câncer pode ser de caráter
crônico. Este estado de extremo cansaço contribui para uma constante
perda de desempenho, resultando numa qualidade de vida baixa, antes,
durante e após o tratamento (DIMEO et al. 2003).
A atividade física tem se mostrado uma importante ferramenta no
controle da fadiga com atuação direta no bem estar, e na qualidade de
vida do paciente. Os exercícios contribuem tanto para a manutenção da
força muscular, quanto para uma mínima redução desta principalmente em
indivíduos hospitalizados. Ainda, há a sugestão de que a atividade
física possa manter e até aumentar os níveis de energia, contribuir numa
rotina diária – otimizando períodos de sono e descanso – e aumentar os
momentos de lazer (PRADO, 2001; MOTA; PIMENTA, 2002).
Estudos mostraram resultados positivos de exercícios aeróbicos em
relação à redução da fadiga, prevalecendo de modo geral atividades
leves. A realização dos exercícios sugere uma melhora no apetite, na
auto-estima e na autopercepção, bem como influencia a rotina diária.
A atividade física mostra-se preventiva ao câncer por ativar
mecanismos biológicos atuantes no sistema imunológico, através do
aumento de enzimas atuantes nos radicais livres e células
“natural-killer”, as quais podem inibir a formação do tumor. Da mesma
forma, ao iniciar, e durante todo o processo do tratamento o exercício
contribui para um bom funcionamento dessas capacidades, ou seja,
ativando o sistema imunológico de modo que o organismo torne-se menos
vulnerável a outras doenças, o que certamente traria complicações a seu
quadro CLÍNICO (MOTA E PIMENTA, 2002; BACURAU E COSTA ROSA, 1997; PRADO,
2001).
Além disso, ao se elevar o gasto energético através dos exercícios o
organismo passa a ter uma exigência maior de substratos, competindo com o
tumor. Por conseqüência o tecido doente teria maior dificuldade de
crescimento (BACURAU; ROSA, 1997). Deve-se ressaltar a importância do
suporte de profissionais, sendo o ideal o acompanhamento de uma equipe
multidisciplinar, pois quando inadequado o exercício físico deixa de ser
benéfico podendo oferecer enorme risco ao doente (MOTA; PIMENTA, 2002;
FRIEDENREICH; ORENSTEIN, 2002).
Foto : Copyright: Prefeitura de Olinda / Licença: CC-BY 2.0
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